Curitiba, a capital cosmopolita

Jardim Botânico de Curitiba

Um passeio por alguns dos mais interessantes atrativos turísticos de capital paranaense, sobretudo pelo centro da cidade e por grandes referências como o Jardim Botânico e o Museu Oscar Niemeyer.

Curitiba nasceu no final do século XVII como Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. A fundação da capital paranaense aconteceu em 29 de março de 1693, época em que a região vivia o ciclo da mineração e da agricultura de subsistência. Os “campos de Curitiba”, porém, passaram a ser conhecidos graças à criação e o comércio de gado que, por sua vez, dependiam do trabalho dos tropeiros. Surgia então um novo ciclo econômico, a atividade tropeira, intimamente ligada à pecuária, que rompeu os séculos XVIII e XIX. As tropas partiam do Rio Grande do Sul, especificamente de Viamão, cujo destino final eram as Minas Gerais. Os campos curitibanos sediavam várias fazendas que serviam de paradas para que as tropas fizessem a invernada”, ou seja, esperar o rigoroso inverno passar. Aliás, costumes como assar carne no fogo de chão e tomar o chimarrão (erva-mate com água quente) na cuia, se devem aos tropeiros — também responsáveis por abrir trilhas e caminhos diversos, além de formar vários povoados.

Foram exatamente a erva-mate e a exploração da madeira os responsáveis pelo seguinte ciclo econômico a movimentar os planaltos dessa região do sul do país, que começou no final do século XIX. Pouco depois, já no início do século XX, registrou-se a chegada em massa dos imigrantes, principalmente dos europeus. Outro fato marcante da época foi a construção da Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba, ligando o Litoral ao Primeiro Planalto paranaense.

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas, de 1737.

“Os imigrantes — europeus e de outros continentes —, ao longo do século XX, deram nova conotação ao cotidiano de Curitiba”. Como registra o informe oficial da Prefeitura de Curitiba: “seus modos de ser e de fazer se incorporaram de tal maneira à cidade que hoje são bem curitibanas festas cívicas e religiosas de diversas etnias, dança, música, culinária, expressões e a memória dos antepassados. Esta é representada nos diversos memoriais da imigração, em espaços públicos como parques e bosques municipais”.

Largo da Ordem

Esta reportagem, portanto, se volta para destacar o centro histórico de Curitiba, concentrado no belo Largo da Ordem — “o ponto onde teria começado a cidade de Curitiba. Foi ali, naquelas ruas de pedra, que nasceu a Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, no final do século XVII”.

O casario histórico do Largo da Ordem.

Embora repleto de magníficos atrativos turísticos — como o Jardim Botânico, o Museu Oscar Niemeyer, a Ópera de Arame e Pedreira Paulo Leminski e o Mercado Municipal — flanar pelo Largo da Ordem é um passeio muito agradável, além de importante — pela possibilidade de admirar o precioso patrimônio histórico curitibano.

O charmoso lugar é repleto de bares e restaurantes, tem diversificado comércio e ainda abriga museus e galerias de arte. Da arquitetura destacam-se a Igreja da Ordem (ou Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas), a mais antiga da cidade, construída pelos portugueses em 1737. Em 1883, o templo ganhou a torre e os sinos, e hoje abriga o Museu de Arte Sacra. Já a Igreja do Rosário – Santuário das Almas fica na Praça Garibaldi. Erguida em estilo barroco no ano de 1946, ela substituiu a colonial Igreja de Nossa Senhora do Rosário de São Benedito dos Homens Pretos, que fora construída em 1737. Também chama atenção a original construção que é a Igreja Presbiteriana de Curitiba, datada de 1888.

Igreja de Nossa Senhora do Rosário.

Já a Casa Romário Martins, do século XVIII, é a última edificação de origem portuguesa do centro curitibano. É onde acontece exposições, além de outras atividades relacionadas a pesquisas históricas sobre a cidade. Vale a pena passar pelo MUPA – Museu Paranaense, instituição com 145 anos de história. Sediado em um “palácio histórico”, o museu dispõe de 500 mil peças, tem um acervo de coleções arqueológicas tombadas pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e promove exposições permanentes e temporárias.

A Casa Romário Martins, do século XVIII.

Dono de um projeto arquitetônico moderno e arrojado, o Memorial de Curitiba é um espaço “para a arte e o folclore, a informação e a memória, o passado e o futuro”. Outro belo projeto arquitetônico é a da casa que abriga o Palácio Garibaldi, de autoria do italiano Ernesto Guaita, cuja construção foi iniciada em 1887 e concluída em 1904. Porém, a fachada neoclássica, foi acrescentada em 1932, obra do arquiteto João de Mio. “O Palácio Garibaldi é também utilizado para a realização de eventos que buscam requinte e qualidade, somados à sua tradicional arquitetura neoclássica e ricos detalhes internos”, como informa o sítio oficial da instituição.

No mais, é simplesmente uma delícia passear em volta da Praça Garibaldi, admirar o Relógio das Flores — que lá está funcionando com incrível precisão desde 1972 —, o casario histórico conservado e a Fonte da Memória, uma escultura de uma cabeça de cavalo (uma peça em granito e bronze, de autoria do curitibano Ricardo Tod), que homenageia justamente os pioneiros tropeiros.

O Largo da Ordem respira memória, arte, arquitetura e as muitas formas de cultura — sobretudo pela presença constante das mais variadas tribos, em um movimento típico de uma cidade democrática e cosmopolita.

Catedral Basílica de Nossa Senhora da Luz

Em 1880, ano em que o Imperador Dom Pedro II visitou Curitiba, o lugar era conhecido como Largo da Matriz, pois é o onde ergue-se a imponente Catedral Basílica de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, padroeira de Curitiba.

Vista do interior da Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz.

A Catedral é a grande referência da Praça Tiradentes como um importante ícone do patrimônio histórico e cultural dos paranaenses. O projeto arquitetônico do templo — erguido de 1876 a 1893 —, em estilo neogótico ou gótico romano, é atribuído ao francês Alphonse Conde des Plas. Consta que o arquiteto se inspirou na Catedral da Sé de Barcelona,  Catalunha, Espanha. As pinturas que decoram o interior existentes são dos artistas italianos Carlos Garbaccio e Anacleto Garbaccio. 

A denominação como Basílica Menor se deve à importância histórica, além da beleza artística e arquitetônica da igreja. Sempre concedido pelos papas, a Catedral  de Curitiba recebeu o título das mãos do papa São João Paulo II, no ano de 1993, sem comemoração ao I Centenário de sua inauguração. 

Vista parcial da Praça Tiradentes.

Nas proximidades, vale a pena conhecer a bela arquitetura eclética com traços do art-noveau do antigo Paço Municipal, construído no período entre os anos 1914 de 1916. Sede da prefeitura de Curitiba até 1969, atualmente é um centro cultural multifuncional administrado pelo SESC Paraná, que promove atividades culturais como cursos, exposições e palestras.

A arquitetura eclética com traços do art noveau do antigo Paço Municipal.

Localizada em frente ao belo prédio, é preciso passar antes nas Arcadas do Pelourinho,  uma estrutura metálica em arco também conhecida por Mercado das Flores, construído em 1994.

Por falar em flores, bastam alguns poucos passos para chegar na  Rua das Flores, um interessante espaço repleto de atrativos como cafés, restaurantes livrarias, lojas diversas e até um bondinho. A cada estação do ano, as flores que ornamentam o espaço público são trocadas. Em 1971, tornou-se o atual calçadão, portanto se transformando na primeira avenida do Brasil fechada ao trânsito de veículos, o que priorizou a circulação livre para os pedestres — uma das propostas urbanísticas que fizeram a fama de Curitiba.

O nome Rua das Flores já existia desde o século XIX, pois as casas de madeira possuíam jardins bem floridos. Hoje, com as flores distribuídas em canteiros, a rua abrange a avenida Luiz Xavier e parte da Rua XV de Novembro.

O Mercado das Flores.

Jardim Botânico

O Jardim Botânico é o atrativo turístico mais visitado da cidade.

Inaugurado em 5 de outubro de 1991 pelo então prefeito, o arquiteto Jayme Lerner, o Jardim Botânico é o atrativo turístico mais visitado da cidade. A belíssima estufa, com  458 metros quadrados, é a grande referência do lugar. Dona de um projeto inspirado na arquitetura europeia — uma construção de ferro com 3.800 peças de vidro em espaço aberto — a estufa abriga exemplares vegetais naturais e ornamentais da flora da Mata Atlântica da Serra do Mar e da planície litorânea do Paraná.  

Estufa: uma construção de ferro com 3.800 peças.

Há ainda o Espaço Cultura, que abriga   a Galeria das Quatro Estações, uma área coberta com  1.625 metros quadrados, repleta de jardins que representam as quatro estações do ano, incluindo as cores e texturas de cada estação, identificadas por quatro esculturas clássicas em mármore branco, importadas de Portugal. Já o Jardim das Sensações foi criado para estimular o tato, o olfato, a visão e a audição de todas as pessoas, de todas as idades, no contato direto com mais de 70 plantas de texturas, formas e aromas diferentes. São 200 metros de percurso, e todas as espécies têm placas informativas, inclusive em braile. 

Jardins que representam as quatro estações do ano.

Museu Oscar Niemeyer

Inaugurado em 22 de novembro de 2002, projeto do gênio arquiteto brasileiro, é  considerado como uma das grandes referências globais nas artes visuais. O deslumbrante Museu Oscar Niemeyer, ou o “Olho”, como é chamado pelos curitibanos, “abriga referenciais importantes da produção artística nacional e internacional, com mais de nove mil obras nas áreas de artes visuais, arquitetura e design”, como informa o sítio oficial da instituição. “É considerado o maior museu de arte da América Latina, com um espaço de cerca de 35 mil metros quadrados de área construída e mais de 17 mil metros quadrados de área para exposições”. Ainda segundo o site oficial, o MON conta com um total de 12 salas expositivas, a cada ano são realizadas mais de 20 mostras, que juntas recebem um público superior a 360 mil visitantes.

Museu Oscar Niemeyer, o “olho”: o maior museu de arte da América Latina.

Ópera de Arame

Não poderia faltar, neste passeio turístico por Curitiba, a referência à fabulosa A Ópera de Arame, “mais do que um ponto turístico de Curitiba, é um símbolo cultural da cidade. Um local mágico, em meio à natureza, que une arquitetura, gastronomia e muita arte”, como informa a instituição.

 Inaugurado em março de 1992, é um projeto do arquiteto Domingos Bongestabs e é formado por estruturas metálicas tubulares, totalizando 360 toneladas de aço e 2.400 bancos de tela de arame. “A arquitetura em estrutura tubular e o teto transparente se misturam, de forma respeitosa, à vegetação, aos lagos e cascatas e às pedras, compondo um cenário inigualável que inspira tanto os artistas que se apresentam, como principalmente o público que o admira”, reforça a administração da Ópera de Arame, cujo espaço tem capacidade para 2.400 expectadores.  No mesmo complexo, que forma o Parque das Pedreiras, fica a famosa Pedreira Paulo Leminski, aberta em 1990.

Vista da Ópera de Arame. Foto: Daniel Castellano / SMCS

Como apresentado nesta matéria a cidade de Curitiba é muito interessante e possui vários atrativos para os atletas, e seus familiares, que participam de provas de tiro esportivo no Clube Paranaense de Tiro. Clube que tem sido palco de provas de grande relevância no cenário nacional, oferecidas pela CBTE, CBCT e LNTP. Assim, da próxima vez que for participar de um campeonato em Curitiba, leve sua família. Ela vai agradecer!

Para saber mais sobre Curitiba e seus pontos turísticos, acesse o website:

https://turismo.curitiba.pr.gov.br/

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