Luís Viganó: a lenda do tiro

Perfil – Luís Roberto Viganó

Luís Viganó recebe homenagem na final do campeonato nacional de Trap da CBTE. A prova foi dedicada ao atleta que acertou 898 pratos dos 900 nas provas do Grand American World Trapshooting Championships

O Campeonato Brasileiro de Trap de 2020, promovido pela CBTE, foi totalmente atípico em função da pandemia. No entanto, a Confederação, com o apoio da Federação Gaúcha de Caça e Tiro, mobilizou atletas para uma grande final que foi realizada no Clube Caxiense de Caça e Tiro, em Caxias do Sul-RS. As provas receberam o nome de Gran Prix Luís Roberto Viganó, uma justa homenagem ao atirador nativo da cidade de Caxias do Sul que se tornou uma das referências do tiro esportivo brasileiro.

Assim como o  Ari Pereira, de Salvador BA, Viganó em 2018, no Grand American World Trapshooting Championships – GAWTC o mais prestigiado e importante campeonato de Trap Americano do mundo —, realizado em Sparta, Illinois, realizou uma quase que inacreditável façanha: ele acertou 898 pratos dos 900 durante as provas do campeonato. “Errei o segundo prato da primeira série de 100 e o outro quando faltavam sete pratos para terminar a minha última prova”, contou, ainda demonstrando emoção.

Para conhecer um pouco mais sobre o GAWTC, acesse o link a seguir:

https://shootata.com/About-Us/Grand-American

Dedicação ao treinamento

É preciso acrescentar que o GAWTC reúne atletas de diferentes nacionalidades de todos os continentes.

Uma performance tão expressiva só se tornou possível após incansáveis treinamentos, como ele reconhece. “Treinei muito, com afinco, pois eu sabia que estaria representando o Brasil”. O atirador aproveita para esclarecer um fato interessante que ocorreu no GAWTC: “os cartucho utilizados lá são de 32 g de chumbo, enquanto os que atirávamos no Brasil naquela época eram de 24 g. Sem saber adquiri cartuchos da marca Winchester AA que apresenta a mesma velocidade dos chumbos do cartucho da CBC de 24 g, por isso é que eu me achei nas provas.”  

Desafio e repercussão

Luís Viganó ainda teve que enfrentar um outro grande e inesperado desafio: um cálculo renal o levou para o CTI de um hospital. No GAWTC são 10 dias de prova, sendo que neste período o atleta tem dois dias de descanso. “Saí do hospital e ainda estava pálido e fraco, mas atirei até o final do último dia de prova”, recorda-se.

A conquista de Luís Viganó alcançou grande repercussão no Brasil. Ele reconhece: “dificilmente farei isso de novo, mas tudo o que fiz lá em Sparta foi para o Brasil”. O atleta gaúcho diz com orgulho que o seu nome ficou marcado para sempre e até hoje “a ficha está difícil de cair”.

Desde a conquista em Sparta, seguiram-se homenagens como as menções de louvor da Câmara Municipal de Caxias e do prefeito da cidade. “Ganhei prêmios da CBTE, da Liga Nacional e da Federação Gaúcha. Ganhei bolsa atleta nos níveis nacional e internacional. Tudo foi muito bom para mim”, reconhece.

Luís ViganóInício tardio

Luís Roberto Viganó começou sua jornada no tiro esportivo aos 49 anos de idade. Hoje ele tem 61 anos. Desde muito jovem ele já atirava pois sempre gostou muito da atividade, mas o caxiense começou tarde “porque o tiro é um esporte caro”, reconhece. “Só passei a me dedicar ao esporte quando eu criei condições financeiras para isso, conta. Resumindo a própria trajetória, Luís Viganó lembra que no início treinava pouco, mas que foi aumentando gradativamente a carga de treinamentos. “Para chegar aonde cheguei, houve semanas que efetuei cerca de 10 mil tiros, entre treinos e provas”. Por esta razão, ensina que assim que a pessoa começar no tiro, “é fundamental, que ela tenha, além de treinos, boas aulas com um excelente instrutor”. “No meu caso”, diz ele, “foi o Roberto Schmidt quem me ensinou a atirar. E o Schmidt sempre fala: precisamos de ter concentração e tempo de treinamento”.

plugins premium WordPress