Uma carreira consagrada no tiro ao prato

Giovani Suriz, atleta consagrado, além dirigente e instrutor, sintetiza a sua vitoriosa carreira de 38 anos dedicados ao tiro ao prato.

Cezar Félix

Inspirado pelo pai, seguidor da tradição familiar no gosto pela caça, que fazia questão de levar o filho ainda criança nas caçadas em Camaquã (RS), município em que residiam, Giovani Suriz — nascido em Porto Alegre — tornou-se também um exímio atirador e “um atleta muito apaixonado pelo esporte do tiro ao prato”, como ele disse. Ele também se lembra da influência positiva que recebeu de um professor de Educação Física, treinador de handebol, que o ajudou a compreender a importância da disciplina no esporte e a consequente formação do caráter de um atleta, como aprender a ganhar e a perder — lições válidas para toda a vida.

A primeira espingarda foi adquirida aos 18 anos de idade. Logo em seguida, ele disputou a sua primeira competição no esporte. “Em um belo dia alguém me convidou para um campeonato de tiro ao prato que acontecia na Barragem do Arroio Duro em Camaquã. Na minha primeira prova, eu fiz o primeiro lugar. Foram 10 tiros e eu quebrei oito pratos”, recorda-se ele. “Então, a partir daquele acontecimento, eu passei a me dedicar ao esporte.

Hoje, estou há 38 anos participando e competindo na modalidade dentro das mesmas classes e categorias em que eu fiz as minhas primeiras competições”. Assim Suriz, aos 56 anos de idade, sintetiza a carreira dele no esporte, uma trajetória que inegavelmente faz história não só no Trap Americano como também no tiro esportivo como um todo.

tiro ao prato
Giovani: “Em um belo dia alguém me convidou para um campeonato de tiro ao prato…”

Integração produtiva

Giovani Suriz assinala que os campeonatos de tiro ao prato disputados no Rio Grande do Sul sempre foram muito disputados, “desde quando comecei, pois, existem grandes atiradores no estado”. Além de iniciar a carreira nas terras gaúchas, ele foi atirar em Santa Catarina, “época em que passei a disputar os campeonatos gaúcho e catarinense, sempre no Trap Americano”.   

Por causa dessas competições nos dois estados, Suriz conta que teve a oportunidade de começar a fazer uma “integração muito produtiva”. Ao passar a competir em Santa Catarina, ele percebeu que ainda tinha muita coisa para aprender e desenvolver no que se referia ao aprimoramento dos aspectos técnicos do tiro ao voo. “Foi quando eu conheci o Valdir Abel, hoje meu amigo e parceiro das clínicas que ministramos por todo o Brasil.

Com o trabalho em parceria com Valdir “Eu passei a aprender o Trap Americano com um grande mestre, que é o Valdir”, recorda-se. “Eu atirava no campeonato gaúcho e corria para atirar no catarinense na semana seguinte”. Suriz aproveita para esclarecer que hoje os campeonatos são unificados, acontecendo nas mesmas datas, por meio das atuações da Liga Nacional, da CBTE e das federações. “Os atiradores validam os seus escores nas mesmas datas e eles são válidos por todas as entidades”, explica.

A carreira do atleta gaúcho continuava com as participações nos campeonatos on line em nível nacional e nas regionais. Com o surgimento Liga Nacional do Tiro ao Prato, ele filiou-se à entidade e, por indicação dos dirigentes Acir Edling e Valdir Abel, tornou-se diretor de modalidade Trap Americano da CBTE, cargo que ocupou por cinco anos e meio, de 2014 até o final de 2019. “No final daquele ano, por motivos adversos e diversos, eu entreguei o cargo na CBTE e, logo em seguida, a Liga me convidou e hoje eu sou diretor de clubes LNTP”, descreve Suriz, atualizando mais uma vitoriosa etapa na sua carreira no tiro ao voo.

Atleta, dirigente e instrutor

O instrutor, dirigente e atleta prossegue afirmando que nas quase quatro décadas de dedicação ao tiro ao prato, “eu aprendi muito pelo convívio com os grandes amigos que fiz”. Ele chama a atenção ao fato de que nos seus primeiros anos como atirador não havia ninguém que “ensinasse de forma plena, com conhecimento das técnicas. A gente era autodidata”, brinca.

Nos dias de hoje, com uma carreira consagrada, Giovani Suriz acrescenta outra fato histórico: “Desde 2012, o Valdir e eu, vamos aos EUA no Grand American. Lá nos sagramos campeões mundiais e em 2018, com uma delegação de 82 atletas, nós conquistamos 66 troféus, o que muito nos honra”, descreve ele.

Outro episódio marcante nos EUA, segundo Suriz, foi quando aconteceu o hasteamento da bandeira brasileira (ao lado dos pavilhões dos Estados Unidos e do Canadá) ao som do hino nacional em uma solenidade do Grand American. “Foi uma grande honraria que o Brasil recebeu, um reconhecimento da ATA (Amateur Trapshooting Association) ao trabalho desenvolvido por meio da Liga Nacional. Toda a diretoria da ATA esteve presente, além dos atletas que estavam competindo”.

Simultaneamente às atividades que exerce como atleta e dirigente da LNTP, Giovani Suriz pontua que também se dedica às clínicas de tiro ao prato, em parceria com o amigo Valdir Abel. “Nós ministramos clínicas em todo o Brasil. Já passaram pelas nossas mãos cerca de quatro mil alunos instruídos”, enumera. A atividade como instrutor é vista por ele com muita satisfação: “o professor aprende muito quando ensina. Eu sou muito grato por ter me tornado um instrutor, um trabalho que me ajuda muito como um atleta de alto rendimento”.

Ainda sobre a parceria com Abel, ele acrescenta que ambos seguem “na luta, no desenvolvimento de um trabalho voltado para a melhoria técnica de todos os atiradores do Brasil, transformando iniciantes em potenciais atletas de alto rendimento. Isso é uma grande compensação, um legado que a gente conseguiu passar para os atletas, que seguem sempre competindo em alto nível. É uma imensa alegria para nós”.

tiro ao prato

Em tempo: Valdir Abel e Giovani Suris atiram juntos e são patrocinados pela CBC/Taurus; os dois únicos atletas patrocinados pela empresa no Trap Americano.

Potencial de crescimento

A modalidade, aliás, na opinião do mestre gaúcho “cresce absurdamente a cada dia no Brasil, com o surgimento de vários novos atiradores”. Ele reconhece algumas dificuldades enfrentadas pelos atletas, “principalmente as impostas pelos custos dos insumos, que se tornam caros aqui no país por causa da conjuntura social e econômica”.

O potencial de crescimento dos atiradores competidores, conforme Suriz, faz do Brasil “a melhor nação do mundo para praticar o tiro ao prato, melhor do que os próprios americanos, levando em consideração as dificuldades que enfrentamos em todos os sentidos, mas no esporte nós temos as melhores aptidões”, decreta. “Eu fico muito contente com isso e acho que haverá novas possibilidades em relação a insumos e equipamentos e vamos fazer muito bonito nas competições internacionais”.

Giovani Suriz finaliza afirmando que seguirá no seu trabalho incansável para   desenvolver o esporte, colaborar para trazer ainda mais pessoas para o Trap Americano e “deixar um legado no que diz respeito ao aprimoramento técnico dos apaixonados pelo tiro”. “Vamos sempre trabalhar em prol desse esporte por meio das clínicas, participando e escutando as pessoas que querem aprender com atiradores de alto rendimento como Valdir Abel e eu”.

Com sua simpatia, competência e determinação, Giovani tem sido uma referência no tiro ao prato.

https://www.tirobrasil.com.br/

https://revistapedana.com/disciplinas-de-tiro-ao-voo/

3 respostas

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