Pioneiro como empreendedor e esportista

Perfil – José Ilan de Felippi

No Trap Americano desde 1986 e proprietário da Felippi Lançadora de Pratos, o esportista e empresário fala do amor dele pelo esporte, conta sobre como surgiu o pioneiro empreendimento no Brasil e declara que tem paixão pelo que faz.

O conhecido empresário e atirador José Ilan de Felippi, residente em Jaraguá do Sul (SC), descreve como “muito interessante” a sua trajetória profissional: “comecei como mecânico; passei a ser retificador e montei três retíficas de motor lá no sul. Então, passaram-se os anos, fiz a minha poupança até me aposentar.”

Os desafios profissionais de Felippi —atirador desde o ano de 1986 — prosseguiram mesmo depois da aposentadoria, porém de forma diretamente ligada aos esportes de tiro, pois ele é o fundador e proprietário da Felippi Lançadora de Pratos. “Como eu atirava, vi que existiam importantes demandas de pratos e máquinas. Esses equipamentos vinham de outros países, com preços altíssimos e uma manutenção muito complicada”.

Em 2011, Felippi testou a primeira máquina, fabricada pela Metalúrgica RD, da qual é sócio-proprietário. Em março do ano seguinte, as duas primeiras máquinas foram entregues — “com muito orgulho e graças ao apoio e à ajuda de grandes amigos” — ao Clube São José, de Florianópolis. “De lá pra cá, foi só alegria”, brinca ele. “Hoje, nós produzimos a melhor máquina do mundo”, garante. 

‘Trabalho como ‘hobby’

Sobre os pratos, ele conta que inicialmente buscava esses equipamentos na Itália. “Não eram de boa qualidade”, recorda. Então, o empresário decidiu viajar à Alemanha, conversou com os responsáveis  pela fabricante de pratos Eurotarget e tornou-se o representante oficial no Brasil de seus produtos.

Para o Playoff Nacional do Caça e Pesca de Uberlândia, Felippi informa que foram disponibilizados 200 mil pratos. “Afinal de contas, são 10 pedanas”. O empresário é enfático quando fala da relação dele com o esporte e também com o trabalho: “sigo ajudando e trabalhando sem interesse financeiro. Nós trabalhamos é por ‘hobby’, por amor ao esporte. Nada de pensar somente em dinheiro. Só pensamos no ganho mínimo para manter a nossa atividade viva, pois ninguém trabalha de graça”, esclarece.

Outro aspecto assinalado por ele é alta qualidade dos produtos fabricados pela Felippi Lançadora de Pratos, além do preço competitivo. “Eu não olho o preço e o meu produto se torna barato porque não existe a figura do atravessador. Eu mesmo corro o Brasil e faço isso porque gosto muito”.

Trap e Hélice

Em relação ao esporte, Filippi – como é chamado por seus colegas de tiro – reforça que deu o seu primeiro tiro de Trap Americano em 1986. “Mas, em função dos meus afazeres profissionais, eu não fui tão assíduo como os veteranos lá de Floripa”, confessa. “Eu sempre usufrui do tiro muito mais pela participação, pelo gosto de atirar, por amar o esporte. Atirei fuzil, arma curta,  atirei de tudo na vida”, declara.

Felippi informa que agora percorre o Brasil para difundir a disciplina Hélice, pois ele acredita que as duas disciplinas “vão crescer de mãos dadas”, garante. “Já provamos que isso já é uma realidade. Em Curitiba e em Ponta Grossa aconteceram em 2020 grandes provas reunindo a Hélice e o Trap Americano”. O empresário acrescenta a informação de que a Confederação Paranaense de Tiro é hoje a maior incentivadora de competições reunindo as  duas modalidades, “sempre de mãos dadas”, reforça.

Amizade e ambiente familiar

Especificamente sobre o Trap Americano, o fabricante e atirador afirma que a modalidade só não cresceu ainda mais porque enfrenta muitas dificuldades no que se refere às compras de armas, munição e insumos. “Mas já estamos observando uma luz no final do túnel, pois o Congresso deve aprovar uma lei de apoio ao nosso esporte, que é para gente de bem, para gente importante e até para gente famosa”, comenta.

Felippi argumenta que o Trap Americano reúne “grande diversidade de praticantes, desde gente mais simples até presidentes de grande companhias. É uma miscelânea de público muito significativa”, diz ele, que completa, enfático: “aqui todos são iguais, formamos um ambiente em que prevalece a amizade e o clima familiar. Aqui na pedana só se pensa no esporte. É a partir daqui que os esportes de tiro vão crescer e poder ambicionar medalhas olímpicas. Não foi à toa que a nossa primeira medalha olímpica veio do tiro esportivo”. 

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