Um brasileiro na elite mundial do skeet

Skeet: hexacampeão brasileiro e atleta olímpico Roberth Luciano de Oliveira Vieira fala sobre os desafios do tiro esportivo de alto rendimento.

Por Cezar Félix

Uma importante referência do tiro esportivo olímpico do Brasil foi um competidor muito especial presente na 5ª Etapa da Copa do Brasil FAN 32, que aconteceu no Clube Mineiro do Caçadores, em Santa Luzia: o pernambucano — nascido em Pesqueira e residente no Recife —  Roberth Luciano de Oliveira Vieira. O atleta simplesmente é dono de seis títulos brasileiros de Skeet, além de ter sido o chefe da equipe da seleção brasileira para os jogos olímpicos de 2016.

Recém chegado da Europa, Roberto ficou 23 dias participando de competições de skeet na Itália: “atirei na Copa do Mundo e tive a honra de fazer o juramento dos atletas. Em seguida,  participei do Aberto da Itália e antes de voltar para casa, fiz  o Gran Prêmio de Skeet”, conta. “Agora, pela primeira vez,   participei no CMC do tiro de Hélice e foi muito divertido”.

A trajetória do atleta olímpico no tiro foi iniciada em 2006 quando organizava e arbitrava provas. A partir de 2011, Roberth  começou de maneira efetiva a atirar no Skeet, e se tornou um atleta de alto rendimento nesta modalidade olímpica de tiro ao prato.

Competições internacionais de skeet

O hexa campeão brasileiro de skeet comenta que é de extrema importância participar ativamente das competições internacionais e fazer parte da elite do esporte mundial. Ele até aponta um fator interessante: “é muito bom poder competir e perceber que os grandes estão no mesmo nível do que nós. Nos treinamentos, por exemplo, eles erram como nós erramos”, filosofa.

Hoje, Robert Luciano ocupa a posição  de primeiro atleta de skeet da seleção brasileira, representando o Brasil nos campeonatos internacionais. Ele atualmente é o vice-campeão ibero-americano e é medalhista de bronze sul-americano, “mas me dedico intensamente aos treinamentos”, diz. Ainda sobre as competições internacionais, o pernambucano pondera que aprende muito a cada prova no exterior: “eu consigo ter um padrão de comparação superior e isso me eleva, sempre vou para cima. Aprendo muito sobre preparação e a respeito das rotinas de treinamento e de competição”, enumera.

Robert prossegue em sua análise: “Tudo isso é ponto chave para o tiro esportivo, que não exige somente a técnica. Na verdade, a principal exigência do esporte é o estado físico e mental em que o atleta entra na competição. Isso é muito importante. Então, essa rotina do atirador é que faz com que ele chegue em ótimo estado emocional para a competição”, decreta.

Evolução constante

Em busca de ainda mais conhecimentos “para que eu possa sempre evoluir”, o hexacampeão diz que precisa continuar a competir fora do país: “essa busca constante por evolução tem que ser realizada no exterior. A essência do esporte está na Europa, principalmente na Itália”. Roberth Luciano se dedica atualmente à preparação para as Olimpíadas de Paris 2024. “Nesse mais recente ciclo olímpico, infelizmente nós não tivemos oportunidades de disputar as copas, não pudemos ir a todos as competições que dariam as vagas olímpicas”, esclarece.

Uma referência no skeet brasileiro.

Sobre a dinâmica dos esportes de tiro no Brasil, o atleta olímpico acha que “infelizmente, aqui, a sociedade vê a prática esportiva da arma de forma negativa. Na verdade, a minha arma é como se fosse a raquete de tênis do Guga, o taco de golfe do Tiger Woods ou a chuteira do Ronaldinho”, argumenta. “Então, a minha arma é um meio por onde eu expresso a minha emoção, a minha dedicação e o meu foco para que eu possa executar em alto rendimento a minha modalidade esportiva”, dispara, com muita franqueza.

Robert prossegue o seu raciocínio lembrando que no tiro, além do controle  do foco esportivo exigidos, “a prática inicial vem do respeito às regras. Trata-se de um esporte totalmente controlado. Se você não respeita as regras, você não vai competir. Essa é a grande diferença”. 

Concentração e foco

A respeito do desafio de atrair mais jovens atletas para o tiro de alto rendimento, o atirador campeão de skeet

acredita que é preciso divulgar maciçamente a modalidade de modo a criar uma cultura da prática esportiva do tiro. “No exterior, por exemplo, com a participação das federações internacionais, incentiva-se um trabalho grande de divulgação desde a idade escolar. Também existem países em que a disciplina de tiro faz parte do currículo das escolas. É uma tradição que vem desde os antepassados dos estudantes. Lá fora, os meninos de seis anos já têm uma ligação com armas, sobretudo com a questão de segurança”, discorre. “Quando adolescente, o jovem já chega mais bem preparado para seguir o trabalho de um técnico”, completa.

O campeão Roberth Luciano de Oliveira Vieira volta a lembrar que para praticar skeet com qualidade, o atleta sabe que ele precisa obedecer às regras e ter controle e foco. “Já está provado que o tiro esportivo é uma excelente ferramenta para desenvolver controle e foco nas crianças”. Por isso, Robert julga como inadmissível a iniciação do adolescente no esporte no Brasil ser permitida somente aos 14 anos. “Você não consegue formar grandes atletas em um início tardio”, diz. “Precisamos insistir na verdade que comprova que foco, concentração e disciplina colaboram para formar o caráter de uma criança não só para o esporte, mas também para a vida”.

Quer saber mais sobre a modalidade skeet de tiro ao voo? Acesso os links abaixo:

https://revistapedana.com/disciplinas-de-tiro-ao-voo/

https://www.cbte.org.br/

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