Acir: o Trap é a porta de entrada para quem quer iniciar no tiro.
Acir Mores Edling
Presença importante em Uberlândia, o atual vice-presidente da Liga Nacional de Tiro ao Prato resume a trajetória de nove anos da entidade e afirma que o foco principal da Liga é o Trap Americano.
No mês de abril de 2011, atiradores já reconhecidos e respeitados no meio, começaram as articulações — que envolveram lideranças em todo o Brasil —, para viabilizarem a efetivação de um projeto ambicioso: a criação da Liga Nacional de Tiro ao Prato – LNTP. No dia 29 de novembro do mesmo ano surgiu oficialmente a LNTP.
O desportista Acir Mores Edling torna-se o primeiro presidente, cargo que ocupou durante sete anos. Atualmente na vice-presidência — o presidente é Valdir Abel — Acir esclarece que o “foco principal” da Liga Nacional é o Trap Americano. O dirigente faz questão de destacar que o “Trap Americano é uma disciplina das inúmeras disciplinas do tiro ao voo que existem aqui no Brasil. É uma disciplina não olímpica, mas que é praticada muito fortemente nos EUA, Canadá, Nova Zelândia, África do Sul, em alguns países da Europa e em países da América Latina”. Acir prossegue a sua argumentação assinalando que “aqui no Brasil é a disciplina porta de entrada para quem quer iniciar no tiro. Inclusive, o American Trap já entregou vários talentos para o tiro olímpico brasileiro, inclusive os que se destacam hoje”.
Reconhecimento da ATA
Embasado pelo que esclareceu, o vice-presidente é taxativo ao afirmar “que depois da fundação da Liga, houve uma atenção especial para essa disciplina. Enquanto o Trap Americano era ofertado pela CBTE, ele era apenas mais uma modalidade dentro do rol da confederação. A partir do surgimento da Liga, essa disciplina tornou-se uma prioridade absoluta”.
Acir Edling aponta outro fator importante diretamente relacionado ao surgimento da LNTP: “logo veio o reconhecimento da ATA (Amateur Trapshooting Association), a entidade máxima dos EUA. Passamos a levar atletas para competir nos Estados Unidos, no campeonato mundial Grand American World Trapshooting Championships, e recentemente tivemos 70 atletas participando do torneio mundial”.
A trajetória da Liga nesses nove anos, conforme afirma o vice-presidente, levou o Brasil a se tornar “respeitadíssimo nos EUA”. “Nós temos assento no colegiado e também temos delegados na ATA”, pontua. “Fora dos Estados Unidos, apenas o Brasil e o Canadá possuem delegados com votos dentro da ATA. Eu, inclusive, sou delegado do Brasil lá na América”, salienta.
Boas práticas brasileiras
Pela respeitabilidade adquirida junto à entidade americana, a Liga trouxe ao Brasil, nos últimos dois anos, o diretor técnico da ATA “para participar conosco da final do nosso campeonato”, conta Acir. “Eles levaram para lá algumas boas práticas nossas”, revela, orgulhoso. “Por incrível que pareça, inspirados no que a gente faz aqui, eles implantaram lá importantes práticas”. Além da ótima relação com os americanos, o Trap brasileiro tem uma posição de destaque no cenário mundial, na avaliação do dirigente, porque “aqui a disciplina não para de crescer assim como o número de associados da Liga Nacional. Atualmente, nós temos mais de 3 mil filiados na entidade”.
Acir Edling informa que hoje “a prioridade da liga é fortalecer os clubes; essa é a política prioritária que passamos a desenvolver desde 2019, ou seja, nos fortalecer ainda mais pela união dos clubes”. Didático, ele esclarece que “diferentemente de uma confederação, que é a união das federações, o nosso foco, portanto, é o esporte que acontece nos clubes”, salienta. “Os novos talentos surgem no clube e eles são os principais responsáveis pelo fomento de cada agremiação”.
Diretoria de clubes
A base para o desenvolvimento desta política foi a recente criação de uma diretoria de clubes, “que cuida exclusivamente deles, que conversa com eles para tentar desenvolver campeonatos locais”, salienta. “O objetivo maior é formar novos atiradores para fortalecer os clubes, pois essas agremiações fortalecidas fazem o desenvolvimento do esporte”, afirma, categórico.
Sobre o Playoff Nacional de Uberlândia, Acir Edling diz que o êxito do evento foi resultado “dos imensos esforços” da diretoria do Clube de Tiro e da diretoria da Liga, além do apoio decisivo da prefeitura municipal, da câmara de vereadores, da Polícia Federal, do Exército e da Polícia Militar. “E a adesão foi grande, apesar do momento desfavorável, pois reunimos 400 atletas de 19 estados”, concluiu.
“A partir do surgimento da Liga, essa disciplina tornou-se uma prioridade absoluta”.